terça-feira, 30 de março de 2010

As mulheres, "as frutas" e o poder

Por Júnior Miranda
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Nos últimos anos as mulheres vêm conquistando importantes vitórias nos diversos setores da sociedade machista brasileira. Mulheres que enfrentaram e enfrentam o preconceito, e que continuam na luta em busca da concretização dos seus direitos. Observem bem! As mulheres lutando por direitos já garantidos na Constituição Federal, como reza, por exemplo, o artigo 5º - I: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.

Apesar da garantia de igualdade expressa na nossa Carta Magna, infelizmente ainda constatamos através de frases maldosas, por exemplo, o preconceito contra as mulheres. Basta citarmos aquela ultrapassada expressão “mulher no volante, perigo constante”, ou ainda o termo “mulher é um sexo frágil”. Esta visão preconceituosa e negativa contra as mulheres também está expressa nas narrativas bíblicas, como no caso de Adão e Eva, recaindo sobre a mulher a culpa de o homem ter provado a “fruta do bem e do mal”, levando-o a perdição.

E por falar em frutas... No Brasil algumas mulheres se apropriaram bem - ou mal? – das frutas “abundantes” do país. Temos as mulheres dançarinas que se intitulam mulher maçã, morango, melancia, etc. e tal, uma variada salada tropical que mostra mais um poder das mulheres: o poder da sedução. É evidente que muitas mulheres não aprovam a exposição das “mulheres frutas”, porém, não deixa de ser mais um poder feminino.
Lembram-se do episódio bíblico sobre a Rainha Esther? A jovem hebréia casou com um rei estrangeiro encantado com sua beleza, transformou-se em uma rainha e salvou seu povo da morte através de sua sabedoria e persuasão. Lembram-se, ainda, da famosa Dalila? Com seu encanto e sedução conseguiu derrubar o Sansão cortando os seus longos cabelos.

Além do poder da sedução as mulheres estão se conscientizando da importância delas na construção de uma sociedade mais igualitária na questão de gênero, ou melhor, estão conquistando os espaços antes predominantemente masculinos. Espaços que precisam continuar sendo divididos com os homens.

Imaginem, por exemplo, o Brasil sendo comandado por uma mulher. Que mudança cultural importantíssima seria para a atual e as futuras gerações de brasileiros, quebrando um padrão de poder masculino enraizados na nossa cultura, e quem sabe, diminuindo o preconceito em diversos âmbitos como no trabalho, na política, no trânsito, e tantos outros preconceitos que ainda persistem contra as mulheres no nosso país.

Agora é a vez das mulheres!
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* Artigo publicado inicialmente na coluna do Portal Expresso PB

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