segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Collor confessa ajuda, leia-se manipulação, da Rede Globo na eleição presidencial.

Por Haroldo Ceravolo Sereza
Do UOL Notícias
Em Brasília


"Ajudou, sem dúvida nenhuma ajudou. Ajudou bastante." Dessa forma, o hoje senador pelo PTB-AL e ex-presidente da República Fernando Collor de Mello iniciou a resposta à pergunta se a relação com a Rede Globo o ajudou nas eleições de 1989. "Ajudou, sobretudo, a evitar armadilhas, algo que estivesse se tentando montar contra a minha candidatura", completou.

Há 20 anos, no dia 15 de novembro de 1989, ocorreu o primeiro turno das primeiras eleições presidenciais no Brasil após o fim da ditadura militar (1964-1985).Numa longa entrevista ao UOL Notícias em Brasília, Collor tratou de vários dos tópicos mais difíceis da sua campanha de 1989 à Presidência, pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional).

Além da relação com a Globo, falou sobre as pesquisas e as conversas que teve antes de lançar-se candidato, inclusive com Silvio Santos, dos problemas que teve no governo de Alagoas, da decisão de pôr no ar o depoimento de Miriam Cordeiro na reta final da campanha, da edição do polêmico debate do segundo turno entre ele e Lula e do papel do tesoureiro Paulo César Farias, o PC, em sua campanha.

Collor afirmou também, na entrevista, que, na véspera do segundo turno, ao saber de uma pesquisa que o colocava apenas um ponto à frente de Lula, achou que perderia a eleição. "Dr. Roberto [Marinho, 1904-2003, empresário, dono da Globo] era muito jornalista na sua essência", disse Collor.

Além da relação com a Globo, Collor diz que sua candidatura foi vista como "simpática" por outros grupos de comunicação. "O que eu percebia é que havia um receio dos meios de comunicação mais importantes é que um eventual governo comunista" pudesse ter um efeito negativo sobre os meios de comunicação.

Collor avalia que foi o candidato que melhor usou a mídia eletrônica. Na sua opinião, Lula fica, nesse quesito, com o segundo lugar. "Lula tinha uma música que era fantástica", lembra. "Dormia e acordava cantando a música do Lula."

Segundo turno

Durante a entrevista, Collor defendeu que Brizola seria mais difícil de bater que Lula - em especial porque Brizola tinha mais penetração no empresariado. Por outro lado, "era notória a indisposição que havia entre o governador [do Rio] Brizola e Roberto Marinho".

Com relação ao uso de Miriam Cordeiro, ex-companheira de Lula que deu depoimento no horário eleitoral dizendo que o petista a pedira para fazer um aborto na década de 1970, Collor classificou de lamentável o episódio e chamou-o de "percalço de campanha". Ouvido pelo UOL Notícias, o responsável pela campanha de Collor na TV, o publicitário Chico Santa Rita, afirmou que Collor participou da decisão de por o vídeo no ar.

Leia a matéria completa no Blog Vi o Mundo do Jornalista Luiz Carlos Azenha:

Nenhum comentário:

Clicky Web Analytics